A Grécia Antiga constituiu um longo período da história antiga em que a civilização grega se desenvolveu a tal ponto que exerceu enorme influência sobre a sociedade ocidental.
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Grécia Antiga é o nome dado à civilização que foi constituída na área que abrange o sul da península Balcânica, ilhas do mar Egeu e litoral da Ásia Menor. A importância da Grécia Antiga para o mundo ocidental é grande em virtude, principalmente, dos aspectos cultural, científico, filosófico e político dessa civilização que foram legados à civilização contemporânea.
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Grécia Antiga é o período em que a civilização grega surgiu e se desenvolveu, ando por seu apogeu e declínio, entre o século XX a.C. e o século I a.C.
Seu momento inicial deu-se com o surgimento da civilização cretense, entre 2000-1400 a.C.
É dividida em mais 5 períodos: Pré-Homérico, Homérico, Arcaico, Clássico e Helenístico.
Teve seu fim após a dominação macedônica, que não conseguiu manter a unidade grega, e, depois, pela dominação romana, que, no entanto, incorporou a cultura grega e a fez chegar até os dias atuais.
Videoaula sobre Grécia Antiga
Formação da Grécia Antiga
O primeiro processo de povoamento da região que pode ser considerado como originário da civilização grega foi o que ocorreu na ilha de Creta, entre 2000-1400 a.C. Pouco se sabe sobre a forma de organização da sociedade cretense (ou minoica), apesar de haver um grande trabalho arqueológico sendo realizado nas ruínas dos palácios da ilha, sendo o sítio mais famoso o de Cnossos. De todo modo, sabe-se que os cretenses controlaram o comércio no mar Mediterrâneo até que houve a extinção da civilização, por volta de 1400 a.C.
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Quais são os 5 períodos da Grécia Antiga?
Além desse período considerado como inicial, os historiadores dividem a existência da civilização grega em mais 5 períodos: Pré-Homérico (séc. XX-séc. XII a.C.); Homérico (séc. XII-séc. VIII a.C.); Arcaico (séc. VIII-séc. VI a.C.); Clássico (séc. V-séc. IV a.C.); Helenístico (séc. IV-séc. I a.C.).
Homero foi um poeta grego conhecido por ter composto a Ilíada e a Odisseia, obras fundantes da civilização grega.
Período Pré-Homérico
O Período Pré-Homérico (séc. XX-séc. XII a.C.) aproximou-se da civilização cretense e teve como principal característica a ocupação da Grécia Continental pelos povos de origem indo-europeia, sendo que, primeiramente, foram os aqueus que chegaram à região, sendo sucedidos pelos eólios e jônios. Por fim, houve os dórios, povos essencialmente guerreiros e possivelmente os responsáveis pela dispersão de vários grupos humanos pelas ilhas do mar Egeu e pelo litoral da Ásia Menor, processo denominado primeira diáspora. Para saber mais sobre o Período Pré-Homérico, leia nosso texto.
Período Homérico
Período Homérico (séc. XII-séc. VIII a.C.) recebeu esse nome em decorrência de as obras Ilíada e Odisseia, as principais fontes de estudo do período, serem atribuídas ao poeta Homero. Essa situação indica também um período de volta ao campo desses povos e o abandono da escrita. Nessa época, as comunidades gentílicas fortalecerem-se, e o núcleo social orbitava os genos — famílias coletivas constituídas por um grande número de pessoas sob a liderança de um monarca.
Em um primeiro momento, as terras das comunidades gentílicas eram comunitárias, mas o desenvolvimento verificado entre os séculos XII-VIII a.C. levou à privatização das terras, ao crescimento demográfico e à ocorrência de uma segunda diáspora, realizada em decorrência da crise da sociedade gentílica. A segunda diáspora originou a Magna Grécia, nome pelo qual ficou conhecido o processo de colonização de regiões do Mediterrâneo Ocidental, principalmente no sul da península Itálica.
Período Arcaico
Período Arcaico (séc. VIII-séc. VI a.C.) teve como principal característica o fortalecimento das cidades-estados ou as pólis gregas. As cidades-estados que mais se destacaram foram Esparta e Atenas. A primeira em virtude de sua estrutura aristocrática e guerreira, cuja organização social era rigidamente hierarquizada. A segunda pelo desenvolvimento do comércio em diversas regiões do mar Mediterrâneo, principalmente com as áreas de colonização da Magna Grécia, e também pelas instituições políticas criadas.
Em Atenas, as lutas políticas entre as distintas classes sociais levaram à criação da democracia política, na qual poderiam participar das decisões sobre os rumos da pólis os cidadãos — grupo formado pelos homens maiores de 21 anos, filhos de pais e mães atenienses. Estavam excluídos dos direitos de cidadania as mulheres, os estrangeiros e os escravos.
Período Clássico
Período Clássico (séc. V-séc. IV a.C.) foi marcado pelo apogeu da civilização grega, principalmente pelo desenvolvimento econômico e cultural verificado em Atenas. As Guerras Médicas colocaram no campo de batalha duas grandes civilizações, a grega e a persa, proporcionando uma unidade entre as diversas cidades-estados gregas para enfrentar um inimigo que ameaçava conquistar seus territórios.
A vitória grega possibilitou o crescimento ainda maior do comércio controlado pelos atenienses no Mediterrâneo, marcando o período conhecido como imperialismo ateniense. Por outro lado, a cidade conheceu o período de seu apogeu cultural com o estímulo às diversas práticas artísticas, como teatro, arquitetura e filosofia, destacando-se a construção do Parthenon e a produção filosófica de Platão e Aristóteles. As disputas internas nas cidades-estados gregas, marcadas principalmente pela Guerra do Peloponeso, indicaram o declínio dos gregos.
Período Helenístico
Após essa guerra, iniciou-se o período Helenístico (séc. IV-séc. I a.C.), com a civilização grega sendo dominada pelos macedônicos, principalmente por Alexandre Magno. Alexandre levou o Império Macedônico à maior extensão de suas fronteiras, conquistando o Egito, a Pérsia e chegando até a Índia. Com essa expansão imperial e com o legado cultural grego, Alexandre pretendia fundir as culturas gregas e orientais em um processo conhecido como helenismo. Entretanto, com sua morte precoce, aos 33 anos de idade, seus sucessores não puderam manter a unidade do império, caracterizando também o fim da Grécia Antiga.
Apesar da perda de influência política e econômica, a cultura grega seria assimilada pelos romanos, povo que daria continuidade ao legado cultural da Grécia Antiga e que contribuiria para que as características do mundo grego chegassem até os dias atuais.
Por Tales dos Santos Pinto
Professor de História
Ruínas do Parthenon, em Atenas, um dos principais símbolos da Grécia Antiga.