Pesquisa aponta que 29% dos brasileiros são analfabetos funcionais. Saiba o que é analfabetismo funcional

Dados, divulgados hoje, são do Indicador de Alfabetismo Funcional

Em 05/05/2025 17h22 , atualizado em 15/05/2025 16h28
analfabetismo funcional
Dados do Inaf mostram que 29% dos brasileiros têm analfabetismo funcional [1]
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Pesquisa aponta que 29% da população brasileira é considerada analfabeta funcional. Os dados, divulgados hoje, 5 de maio, são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf).

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Conforme o Inaf, além do estudo investigar as habilidades de leitura e escrita da população brasileira, também foram coletadas informações sobre o quanto as pessoas têm conhecimento de matemática  Para chegar ao resultado, 2.554 pessoas de 15 a 64 anos fizeram testes entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país.

O indicador conta com margem de erro estimada varia entre dois e três pontos percentuais, a depender da faixa etária analisada, considerando um intervalo de confiança estimado de 95%.

O levantamento foi feito pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social e também conta com a participação da Fundação Itaú, ⁠Fundação Roberto Marinho, ⁠Instituto Unibanco, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

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O que é analfabetismo funcional?

O analfabetismo funcional é uma condição na qual o indivíduo reconhece letras e números, mas não consegue interpretar e utilizar a informação escrita de maneira eficaz em seu cotidiano, segundo este artigo "Analfabetismo funcional".

De acordo com o texto, essa parcela da população geralmente tem algum nível de escolaridade, mas não desenvolveu habilidades de leitura e escrita adequadas. Sendo assim, o analfabeto funcional tem uma alfabetização rudimentar, permitindo-lhe localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares.

O texto mostra ainda que há alta prevalência do analfabetismo funcional entre a população idosa no Brasil e essas pessoas funcionalmente analfabetas têm seu desenvolvimento pessoal, profissional e social afetados.

Outro ponto apresentado no artigo é que o analfabeto funcional não consegue resolver problemas envolvendo operações básicas com números da ordem do milhar, que exigem certo grau de planejamento e controle, nem relacionar informações numéricas ou textuais expressas em gráficos ou tabelas simples envolvendo situações de contexto cotidiano doméstico ou social.

Analfabetismo funcional em setores

Analfabetismo funcional cresceu entre jovens, indica pesquisa [2]

Os dados levantandos pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) mostram que o analfabetismo funcional pode ser dividido em setores, tais como jovens, trabalhadores e por etnica.

Analfabetismo funcional entre trabalhadores

A pesquisa mostra que 27% dos trabalhadores do país são analfabetos funcionais, 34% atingem o nível elementar de alfabetismo e 40% têm níveis consolidados de alfabetismo.

Analfabetismo funcional entre etnias

=> Brancos: 28% são analfabetos funcionais e 41% estão no grupo de alfabetismo consolidado

=> Negros: 30% são analfabetos funcionais e 31% estão no grupo de alfabetismo consolidado

=> Amarelos e indígenas: 47% são analfabetos funcionais e 19% estão no grupo de alfabetismo consolidado

Analfabetismo funcional entre jovens

Em 2024, 16% dos jovens de 15 a 29 anos são considerados analfabetos funcionais. Os dados mostram aumento, uma vez que, em 2018, eram 14% dos jovens.

Analfabetismo funcional por escolaridade

O Inaf mostra que grande parte dos analfabetos (87%) não tem escolaridade ou apenas os anos iniciais do Ensino Fundamental. Já entre os analfabetos rudimentares, 10% não têm escolaridade ou 51% têm somente os primeiros anos do Ensino Fundamental.

Analfabetismo funcional por escolaridade [3]

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Quais são os tipos de alfabetismo?

Este artigo apresenta os cinco níveis de alfabetização: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente. Somente os dois primeiros são considerados analfabetos funcionais. Veja abaixo os destalhes:

  • Nível 1 - analfabeto: pessoa não sabe ler e escrever.

  • Nível 2 -  rudimentar: pessoa que não sabe ler e escrever, mas que consegue detectar informações estratégicas.

  • Nível 3 - elementar: pessoa é consegue selecionar, em textos de extensão média, uma ou mais unidades de informação, observando certas condições e realizando pequenas inferências.

  • Nivel 4 - intermediária: pessoa localiza informação expressa de forma literal em textos diversos (jornalístico e/ou científico) realizando pequenas inferências.

  • Nível 5 -  proficente: pessoa elabora textos de maior complexidade (mensagem, descrição, exposição de motivos, dissertação ou argumentação) com base em elementos de um contexto dado e opina sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto.

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Créditos das imagens:

[1] e [2] Shutterstock

[3] Inaf

Silvi Tancredi
Jornalista