Dia Nacional da Libras: doutora explica como é trabalhar com Língua Brasileira de Sinais
Dia Nacional da Libras: doutora explica como é trabalhar com Língua Brasileira de Sinais
Especialista, que atua há 30 anos na área, nasceu em lar com Libras como língua oficial
Em 24/04/2025 08h00
, atualizado em 24/04/2025 13h25
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"Costumo dizer que foi a Libras que me escolheu", ressalta a doutora Débora Dable, que trabalha com a Língua Brasileira de Sinais há 30 anos. A especialista, que nasceu em um lar que tem essa língua como oficial, reforça que ter sucesso é ser Libras.
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O Dia Nacional da Libras é celebrado hoje, 24 de abril. A data comemorativa tem origem ligada à Lei 10.436, de 2002, que definiu a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão.
A lei foi regulamentada em 22 de dezembro de 2005 pelo Decreto 5.626, incluindo libras como uma disciplina curricular obrigatória na formação de professores surdos, professores bilíngues, pedagogos e fonoaudiólogos.
Débora Dable comenta que nasceu em uma família bilingue, na qual todos já falavam português e Libras por causa de sua irmã mais velha que é surda.
"Meus pais não são surdos, são ouvintes. Quando minha irmã nasceu, médicos e fonoaudiólogos orientaram meus pais a aprenderem Libras, que, na época, era considerada uma linguagem no Brasil", diz.
Conforme a especialista explica, os profissionais da área de saúde informaram aos seus pais que a Libras seria a língua com a qual a sua irmã se comunicaria. "Eles disseram que a Libras seria a língua do coração e da alma dela", salienta.
Mesmo assim, os pais de Débora enfrentaram preconceito na época, por ensinar uma língua de sinais para uma criança, mas seguiram firmes no uso da língua, tornando, inclusive, a Libras a língua oficial da sua família.
"A Libras sempre nos abriu portas de conexão e de comunicação, dentro da família e da igreja que frequentamos. Inclusive, me abriu portas para a comunicação no trabalho. A Libras me escolheu"
Libras no trabalho
Débora Dable é tradutora intérprete e professora de Libras nível superior [2]
Débora Dable formou-se no curso de Psicologia e, segundo conta, levou a Libras para a sua graduação, fazendo estudos relacionados com surdez e psicologia. Também levou a língua para o mestrado em Comunicação Social e para o doutorado em Estudos de Linguagem.
Quando entrou no mercado de trabalho, a profissional detectou que saber Libras sempre a destacava. "Quando viam no meu currículo que eu tinha conhecimento em Libras, me abriam as portas", lembra, reforçando que foi por meio da Libras que conseguiu dar sentido ao seu trabalho seja onde for.
A doutora, certificada pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) e pelo Exame Nacional para Certificação de Proficiência no Ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), como tradutora intérprete e professora de Libras nível superior, diz que Libras a escolheu.
Fundadora da Escola Seja Libras, a especialista ressalta que escolheu trabalhar ensinando a língua para que pessoas possam fazer diferença em uma sociedade que tanto precisa para que os surdos não se sintam estrangeiros no proprio pais.
"Trabalhar com Libras me faz sentir verdade, conexão, respeito, empatia, força. Libras é potência, é sentido para a sua vida"
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Mercado de trabalho para quem sabe Libras
Débora Dable acredita que o mercado de trabalho para que tem formação em Libras é muito promissor, uma vez que, pelo Decreto de 2005, a sociedade deve ser ivel nas áreas de Justiça, Educacão, Saúde e Cultura.
Entretanto, não são todos esses setores que contam com profissionais de Libras, por isso, conforme lembra a especialista, há hospitais e espetáculos, como shows, sendo multados por não oferecerem a língua.
"Apesar de a sociedade precisar com urgência de profissionais da área de Libras, como professores e tradutores e interpretes, é importante que a pessoa tenha formação séria e correta e que seja um profissional de valor e ético"
Dicas para trabalhar com Libras
A doutora Débora Dable enumera dicas para quem quer trabalhar com Libras. Anote!
