No ano de 1415, os ses viviam a conturbação de uma guerra civil pelo governo envolvendo os nobres divididos entre os borguinhões e aramanhaques. Percebendo a fragilidade daquele momento e interessado em conquistar a França, o rei inglês, Henrique V, enviou tropas para o porto de Harfleur, na Normandia. A eminente ameaça estrangeira acabou arrefecendo, momentaneamente, as rivalidades internas para que as forças militares sas lutassem contra a Inglaterra.
A resistência dos ses forçou o deslocamento das tropas inglesas para a porção leste do território invadido, indo em direção ao porto de Calais. Contudo, a presença de tropas sas, mais uma vez, modificou os seus planos. Por fim, os soldados ingleses atravessaram o território até cruzarem o rio Somme e consolidarem as suas tropas no povoado de Maisoncelle. Nas proximidades, as forças sas se instalaram na região de Ruisseauville.
Dada essa disposição dos exércitos, o bosque de Azincourt, o qual dá nome ao conflito, e a floresta de Tramecourt acabaram delimitando o confronto entre esse novo episódio da Guerra dos Cem Anos. Do lado francês, tínhamos uma tropa de aproximadamente nove mil homens, congregados por importantes nomes da nobreza daquele país e guarnecidos por uma numerosa cavalaria. Já os ingleses, com apenas cinco mil homens, depositavam as suas esperanças na eficiência de suas modernas armas.
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A superioridade numérica e os cavalos de guerra sugeriam fortemente aos nobres ses que a vitória contra Inglaterra já estava garantida. Contudo, as dimensões estreitas do campo de batalha acabaram inutilizando o poder bélico da cavalaria, que ficava quase sem nenhum espaço para fazer uso pleno de suas capacidades de ataque. Quando os exércitos ses se dirigiam contra a Inglaterra, uma chuva de flechas britânicas surpreendeu os defensores da França.
Mesmo não sendo um ataque de grande impacto, a agitação acabou expondo a dificuldade de locomoção dos cavalos ses nas terras lamacentas de Azincourt. Desse modo, o trunfo do exército francês acabou sendo facilmente atingido pela pontaria dos arqueiros ingleses. A agitação dos cavalos acabou desorganizando as forças sas e permitindo a entrada dos soldados ingleses, que foram dizimando seus inimigos e tomando as armas sas.
Em quatro horas de batalha, os ingleses se apoderaram de armas, armaduras e levaram os duques, de Orléans e da Bretanha, como prisioneiros de guerra. No fim do confronto, estima-se que pouco mais de quinhentos ingleses tenham sido abatidos. Do outro lado do campo de batalha o vexame da derrota sa acabou computando entre quatro e sete mil mortos. Historicamente, aquele confronto expunha o valor que as estratégias militares tinham para que a defesa de terras e ideais fossem possíveis.
Por Rainer Sousa
Mestre em História