República Democrática do Congo é um país do continente africano localizado na região na África Central e com capital em Kinshasa. Trata-se de um dos maiores e mais populosos territórios da África, onde vivem mais de 92 milhões de pessoas. O país dispõe de uma grande riqueza biológica e mineral, abrigando uma das maiores florestas do mundo e diversas reservas minerais que sustentam a economia do país. Apesar disso, é considerado um país subdesenvolvido e figura entre os mais pobres de todo o mundo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a República Democrática do Congo
- 2 - Dados gerais da República Democrática do Congo
- 3 - Mapa da República Democrática do Congo
- 4 - Geografia da República Democrática do Congo
- 5 - Demografia da República Democrática do Congo
- 6 - Economia da República Democrática do Congo
- 7 - Infraestrutura da República Democrática do Congo
- 8 - Governo da República Democrática do Congo
- 9 - Etimologia de República Democrática do Congo
- 10 - História da República Democrática do Congo
- 11 - Cultura da República Democrática do Congo
- 12 - Curiosidades sobre a República Democrática do Congo
Resumo sobre a República Democrática do Congo
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É um país africano localizado na região da África Central.
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Sua capital é a cidade de Kinshasa.
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É um país independente desde 1960, ano do fim da colonização belga.
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Apresenta clima tropical e relevo formado por planaltos e vales encaixados.
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Abriga uma das maiores florestas tropicais do mundo, a Floresta do Congo.
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Seu principal curso d’água é o rio do Congo, que forma também uma das maiores bacias hidrográficas do planeta.
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A população do país é hoje de 92.378.000 habitantes, colocando-o na posição de terceiro país mais populoso da África.
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Mais da metade dos congoleses vive na zona rural.
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Sua maior cidade é a capital, onde vivem 13,7 milhões de pessoas.
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Trata-se de um país subdesenvolvido com enorme contingente de população vivendo abaixo da linha da pobreza, marcado pelas profundas desigualdades sociais.
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Sua economia é baseada na exploração de recursos minerais e na indústria associada a essa atividade.
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Apresenta muitos problemas de infraestrutura, sobretudo no fornecimento de serviços urbanos básicos.
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A rica cultura congolesa é derivada dos mais de 200 grupos étnicos que formam a sua população.
Dados gerais da República Democrática do Congo
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Nome oficial: República Democrática do Congo.
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Gentílico: congolês.
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Extensão territorial: 2.344.858 km².
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Localização: África Central.
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Capital: Kinshasa.
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Clima: tropical.
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Governo: semipresidencialismo.
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Divisão istrativa: 26 províncias.
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Idiomas: francês (oficial), lingala, kingwana e outros idiomas locais.
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Religiões:
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católica romana: 29,9%;
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protestante: 26,7%;
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outras religiões cristãs: 36,5%;
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kimbanguismo: 2,8%;
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islâmica: 1,3%.
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População: 92.378.000 habitantes (ONU, 2021).
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Densidade demográfica: 40,7 hab./km².
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Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,480.
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Moeda: franco congolês.
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Produto Interno Bruto (PIB): US$ 64,8 bilhões (FMI, 2022).
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PIB per capita: US$ 669,37.
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Gini: 0,421.
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Fuso horário: GMT +1.
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Relações exteriores:
Mapa da República Democrática do Congo
Geografia da República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo é um país africano localizado na região da África Central, com capital na cidade de Kinshasa. O território congolês apresenta extensão de 2.344.858 km², sendo assim o segundo maior país em área de toda a África. Ele faz fronteira com as seguintes nações:
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República Centro-Africana e Sudão do Sul, ao norte;
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Zâmbia, a sudeste e ao sul;
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Angola, a sudoeste e a oeste;
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República do Congo, a oeste.
Entre a Angola e a província angolana de Cabinda, no extremo oeste do território congolês, fica uma estreita saída de apenas 37 km para o oceano Atlântico.
Destaca-se ainda que o país é atravessado pela linha do Equador, e por essa razão está situado tanto no Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul do planeta.
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Clima da República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo dispõe de clima tropical com estações alternadamente úmidas e secas. Essas estações variam consideravelmente da parcela norte para a parcela sul do país, além de sua ocorrência estar diretamente associada à posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
As temperaturas variam de 10 °C, em média, nos meses mais frios até 25 °C, no período mais quente, enquanto as chuvas acumulam até 1800 mm anuais nas regiões mais úmidas.
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Relevo da República Democrática do Congo
O relevo congolês é composto predominantemente por planaltos e vales encaixados, com cadeias montanhosas situadas na região leste do país, que são parte do Grande Vale do Rifte, e uma estreita planície costeira a oeste. A elevação média dos terrenos no país é de 726 metros.
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Vegetação da República Democrática do Congo
As florestas são abundantes no país, com destaque para a Floresta do Congo, considerada a segunda maior floresta equatorial do mundo.

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Hidrografia da República Democrática do Congo
O rio Congo é o principal curso d’água que banha o território congolês. A maior parte da rede hidrográfica do país compõe a bacia hidrográfica do Congo, uma das maiores do mundo.
Na região montanhosa do país, a leste, ficam os lagos que formam o sistema conhecido como Grandes Lagos Africanos. Eles são compartilhados com outros países como Burundi, Tanzânia e Zimbábue. Destacam-se os lagos Tanganica, Alberto, Eduardo e Quivu.
Veja também: Aspectos naturais da África — relevo e hidrografia
Demografia da República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo tem 92.378.000 habitantes, que consiste na terceira maior população dentre os países da África e uma das maiores do mundo. Apesar disso, trata-se de um território esparsamente povoado, com uma densidade demográfica de 40,7 hab./km².
Pouco mais da metade da população congolesa vive na zona rural, e uma parcela de 46,8% habita as áreas urbanizadas. A maior cidade congolesa é a sua capital, Kinshasa, onde habitam 13,7 milhões de pessoas. Mbuji-Mayi é a segunda maior cidade da República Democrática do Congo, com 2,76 milhões de habitantes.
A taxa de crescimento da população congolesa é de 3,14%, a nona maior do mundo. Apesar da intensa onda migratória que parte do país em direção a outros territórios, que resulta em um saldo migratório negativo, a elevada natalidade comparada à mortalidade faz com que a população cresça anualmente. Destaca-se ainda que a fertilidade do país é a terceira mais alta em uma escala global. A expectativa de vida na República Democrática do Congo é baixa se comparada a outros países: 61,83 anos.
Economia da República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo é um país subdesenvolvido que fica na quarta colocação dentre as nações mais pobres de todo o continente africano. A renda média da população é muito baixa, e a desigualdade socioeconômica se agravou com o tempo, culminando hoje no patamar de 63% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. A estrutura econômica congolesa sofre com a elevada incidência de corrupção no país, conflitos internos e instabilidade política, além da infraestrutura deficitária.
O subsolo do país é rico em recursos minerais, e é a atividade mineradora que lidera tanto as exportações quanto o setor industrial congolês. Dentre esses minerais, podemos destacar a produção de ouro, diamantes, cobre, zinco e estanho. Além dessas atividades, o setor secundário é responsável pelo processamento de alimentos, produção de bebidas, cimento e produtos metálicos. Considerando a participação no PIB, a indústria responde pela maior parcela, que é de 43,6%.
O comércio e os serviços são responsáveis por 36,7% da economia, ao o que a agropecuária corresponde a 19,7%. Dentre os gêneros produzidos por essa atividade primária estão:
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mandioca;
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banana;
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cana-de-açúcar;
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dendê (palma);
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arroz;
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milho;
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batata-doce;
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amendoim.
Infraestrutura da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo apresenta uma série de problemas infraestruturais que são característicos dos países menos desenvolvidos. Um deles diz respeito ao o da sua população às redes de saneamento básico, especialmente na zona rural do país. Somente 53,4% das pessoas que vivem nas cidades têm o a redes de esgoto, enquanto no campo essa parcela cai para 20,5%. A água potável chega a 59,4% da população congolesa, a maioria da qual vive nas cidades.
A cobertura da rede de energia elétrica é baixíssima no país. Apenas 9% dos congoleses possui o a ela, e, levando em conta a localização, 19% da população urbana e somente 0,4% da população rural possui eletricidade. Quase toda a geração é proveniente das hidrelétricas.
O país dispõe de uma densa rede de hidrovias, a nona maior do mundo, com 15 mil km, e de rodovias, que somam mais de 152 mil km. Dessas, aproximadamente 149 mil km não possuem pavimentação. Além disso, diversos aeroportos e portos marítimos, fluviais e lacustres conectam o território congolês internamente e também com outros países, sejam vizinhos, sejam situados em outros continentes.
Governo da República Democrática do Congo
A forma de governo em voga na República Democrática do Congo é o semipresidencialismo. O chefe do Poder Executivo e chefe de Estado no país é o presidente da república, eleito diretamente por meio do voto popular para exercer um mandato de cinco anos com direito a reeleição. O chefe de governo é o primeiro-ministro, indicado pelo presidente. O Parlamento congolês, órgão do Poder Legislativo, é bicameral e constituído pelo Senado e pela Assembleia Nacional.
Etimologia de República Democrática do Congo
O nome da República Democrática do Congo está diretamente associado ao rio Congo, cuja denominação é oriunda do reino de Kongo, estabelecido na área da nascente desse curso d’água por volta do século XIV. A maioria da população que habitava o reino pertencia à etnia congo ou bakongo, no idioma quicongo, que significa “caçadores”.
História da República Democrática do Congo
A área que hoje corresponde à República Democrática do Congo era formada por diversas organizações socioterritoriais importantes durante os séculos que precederam a sua colonização por povos europeus. As duas principais foram o reino de Kongo e os estados de Luba-Lunda, respectivamente a oeste e a centro-leste no atual território congolês.
Problemas de ordem política, como instabilidades conjunturais, e conflitos internos já se desenvolviam nesse período, que se estendeu desde pelo menos o século XV até o século XIX. Cabe destacar ainda que ao sul, nas áreas de floresta tropical, predominavam as pequenas comunidades e agrupamentos populacionais, bem distintos em estrutura dos reinos e estados das demais regiões.
Na segunda metade do século XIX, expedições realizadas por britânicos no curso do rio do Congo a partir de 1874 foram as responsáveis por introduzir os europeus nessa região do continente e dar início ao seu projeto colonizador.
A consolidação desse projeto veio mediante a realização da Conferência de Berlim (1884-1885), que marcou o início do que ficou conhecido como Neocolonialismo, dividindo o continente africano em diversas colônias europeias. No território congolês foi formado o Estado Livre do Congo, governado pelos belgas sob o comando do rei Leopoldo II. Antes dele, seu pai, Leopoldo I, demonstrou grande interesse em se estabelecer nessa mesma região da África.
O país esteve sob o domínio colonial belga até o ano de 1960, quando conquistou a sua independência oficialmente no dia 30 de junho. A colonização se reflete até o presente na estrutura do país, e o período que se seguiu aprofundou ainda mais a crise política no território congolês. Tão logo declarou a sua independência, o país sofreu golpes militares, sendo um deles o de 1965, que manteve um mesmo presidente no poder por 32 anos.
A queda desse regime aconteceu somente a partir da segunda metade da década de 1990, quando o país imergiu em uma guerra civil ocasionada pelo intenso fluxo de migrantes de países vizinhos, que também se encontravam em meio a conflitos. Um dos responsáveis pela derrubada do governo, Laurent Kabila, foi quem deu o atual nome ao país, República Democrática do Congo. Depois disso, o país se envolveu mais uma vez em um confronto com Ruanda e Uganda, os quais foram confrontados por outras nações africanas que apoiavam o Congo e o governo de Kabila.
Com o assassinato de Kabila em 2001, novos períodos de instabilidade política e civil surgiram no território congolês, demandando muitas vezes a intervenção de organismos internacionais, como as Nações Unidas. Em uma dessas intervenções surgiu a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO, na sigla em inglês), que foi criada no final dos anos 1990 e atua ainda hoje no país.
Saiba também: Neocolonialismo na África — colonização do continente africano nos séculos XIX e XX
Cultura da República Democrática do Congo
A enorme riqueza cultural da República Democrática do Congo é derivada dos mais de 200 grupos étnicos aos quais pertencem a sua população, sendo a maioria deles de origem bantu, como Mongo, Kongo e Luba, que, junto dos Mangbetu, perfazem quase metade de todos os habitantes congoleses. Cada um desses grupos apresenta manifestações culturais distintas, muitas das quais traduzem perfeitamente a identidade de cada um deles, como as pinturas e as esculturas.
A música é uma importante manifestação cultural congolesa, assim como a Literatura. Inúmeros feriados compõem o calendário festivo do país, o que inclui festividades religiosas das diversas fés professadas: catolicismo, protestantismo, islamismo, kinbamguismo, dentre outras. Já a gastronomia da República Democrática do Congo é caracterizada pela utilização de tubérculos ou grãos, como o milho e proteínas diversas encontradas no país. Um de seus pratos principais é o ensopado de frango preparado com vegetais e especiarias.
Curiosidades sobre a República Democrática do Congo
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O ponto mais alto do país fica no monte Ngaliema (ou monte Stanley), a 5.110 metros de altitude.
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A população congolesa que vive em países vizinhos na condição de refugiados chega a 450 mil pessoas.
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A música congolesa foi uma das mais escudadas em todo o continente durante os anos 1990 e ainda é considerada um dos principais produtos culturais de exportação do país.
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A capital, Kinshasa, é a segunda maior cidade francófona do mundo. A primeira é Paris.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia
