Os maiores terremotos do mundo foram:
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Valdívia, cidade do Chile, em 1960 (9.5 na escala Richter);
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Alasca, nos Estados Unidos, em 1964 (9.2 na escala Richter);
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Sumatra, Ilha da Indonésia, em 2004 (9.1 na escala Richter);
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Tohoku, no Japão, em 2011 (9.1 na escala Richter);
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Península de Kamchatka, na Rússia, em 1952 (9.0 na escala Richter).
Esses terremotos compartilham o fato de terem se originado da liberação repentina de energia em pontos de tensão da crosta terrestre. Suas consequências foram devastadoras para as áreas atingidas, causando destruição e a morte de milhares de pessoas. No Brasil os terremotos acontecem, mas sua intensidade é menor. Entre os maiores terremotos brasileiros estão os sismos de Tarauacá, no Acre, em 2024, e o sismo de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em 1986.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre os maiores terremotos do mundo
- 2 - Quais foram os maiores terremotos do mundo?
- 3 - Maiores terremotos do Brasil
- 4 - Por que não há terremotos de grande magnitude no Brasil?
- 5 - O que causa o terremoto?
- 6 - Consequências dos terremotos
Resumo sobre os maiores terremotos do mundo
- Os maiores terremotos do mundo foram causados por uma intensa liberação de energia proveniente do interior do planeta Terra em áreas de tensão, como no encontro de placas tectônicas e falhas geológicas.
- Aconteceu no Chile, em 1960, o maior terremoto do mundo. O tremor teve intensidade de 9.5 na escala Richter, e afetou principalmente a cidade de Valdívia.
- Estados Unidos (mais precisamente o Alasca), Indonésia, Japão e Rússia foram os países que também registraram terremotos de grande magnitude no último século.
- O maior terremoto do Brasil em magnitude aconteceu em janeiro de 2024, no estado do Acre, e registrou 6.6 na escala Richter. Pela profundidade de seu hipocentro, entretanto, o sismo foi imperceptível à população.
- A cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte, sofreu o pior terremoto do Brasil no que diz respeito às consequências. O sismo aconteceu em 1986 e provocou a destruição de mais de 4000 residências e edificações.
Quais foram os maiores terremotos do mundo?
1. Valdívia (Chile), 1960

O terremoto que aconteceu próximo da cidade de Valdívia, no sudoeste do Chile, no ano de 1960 é o maior do mundo até então. Os tremores atingiram uma magnitude de 9.5 na escala Richter, e se iniciaram na tarde de 22 de maio de 1960 por volta das 15h11. Sua duração foi de aproximadamente 10 minutos, e afetou diversas localidades no sul do Chile. Mais de dois milhões de pessoas ficaram desabrigadas como consequência da destruição provocada por esse sismo, que deixou também 3000 feridos e ao menos 1655 mortos.
A cidade de Valdívia foi a mais afetada pelo terremoto, por isso esse evento ficou conhecido como Terremoto de Valdívia. O epicentro dos tremores estava localizado entre o litoral chileno e a fossa oceânica Peru-Chile (ou Fossa de Atacama), que fica a 160 quilômetros da zona costeira. Por conta da sua magnitude, as ondas que provocaram esse terremoto se propagaram por grandes distâncias e resultaram, também, em tsunamis no Oceano Pacífico que atingiram territórios como o Havaí (Estados Unidos), as Filipinas, o Japão e a Nova Zelândia.
Meio século mais tarde, em 2010, o Chile viveu o seu segundo maior terremoto e o sexto mais intenso do mundo. Esse segundo sismo ocorreu na região centro-sul, ao norte de Valdívia, e registrou 8.8 na escala Richter.
2. Alasca (Estados Unidos), 1964

O grande terremoto do Alasca, como é conhecido, aconteceu no dia 28 de março de 1964, e é o maior terremoto já registrado nos Estados Unidos. Com intensidade de 9.2 na escala Richter e 4,5 minutos de duração, os tremores aconteceram na região da Enseada do Príncipe William, no sul do estado, e afetou cidades como Anchorage, a mais populosa do Alasca.
Houve um grande rastro de destruição que foi estimado em US$ 2,3 bilhões, além de 131 mortes, causadas tanto nas cidades afetadas do Alasca quanto nos estados do Óregon e da Califórnia, ambos localizados na costa oeste dos Estados Unidos.
3. Sumatra (Indonésia), 2004

O terceiro maior terremoto do mundo aconteceu na Ilha de Sumatra, que faz parte da Indonésia, no Sudeste Asiático. O sismo teve intensidade de 9.1 na escala Richter e se originou no fundo do Oceano Índico, em uma região de falha situada a 30 quilômetros de profundidade no assoalho oceânico, a cerca de 250 quilômetros da costa norte de Sumatra. A ilha foi atingida nas primeiras horas do dia 26 de dezembro de 2004.
O maremoto deu origem a uma série de tremores de terra seguidos por um tsunami que atingiu principalmente a ilha indonésia mas, também, territórios próximos como o do Sri Lanka, na Ásia, e também em parte da costa leste do continente africano. Mais de 230.000 pessoas perderam as suas vidas por causa desses eventos, e quase dois milhões ficaram desabrigadas.
4. Tohoku (Japão), 2011
O Japão viveu o seu pior terremoto no ano de 2011, evento esse que ficou conhecido como terremoto de Fukushima. O sismo aconteceu na tarde do dia 11 de março e teve origem a 130 quilômetros da Península de Oshika, que fica ao norte de Honshu, a maior ilha do território japonês. Entretanto, alguns dias antes, tremores de menor intensidade puderam ser sentidos no país. A intensidade do terremoto de Fukushima foi de 9.1 na escala Richter.

Além do tremor de terra, houve uma sequência de tsunamis na costa japonesa que provocou o pior acidente nuclear do Japão, na usina de Fukushima, que foi comparado à época ao ocorrido em Chernobyl na década de 1980. Mais de 20.000 pessoas morreram e cerca de 300.000 ficaram desabrigadas, uma parte em decorrência da evacuação das cidades e vilas próximas da usina.
Uma década mais tarde, uma parcela dos residentes dessas localidades conseguiu retornar para as suas casas, já que os níveis de radiação foram considerados seguros. Existem, também, aqueles que não retornaram por medo de resíduos tóxicos nos solos e na água disponível no local, além do potencial para desenvolvimento de problemas de saúde no futuro devido à exposição a um ambiente que ainda mantém certo nível de radioatividade.
5. Kamchatka (Rússia), 1952

Também conhecido como terremoto de Severo-Kurilsk, cidade localizada em um arquipélago vulcânico no nordeste da Rússia (à época União Soviética), ele aconteceu na Península de Kamchatka em 5 de novembro de 1952. O tremor de terra teve intensidade de 9.0 na escala Richter, e deu origem a um tsunami que foi o responsável pela completa destruição da cidade de Severo-Kurilsk.
Devido ao intervalo entre o tremor e o tsunami, a população estava em alerta e conseguiu se refugiar em áreas elevadas que não foram atingidas por uma primeira onda. Com isso, eles retornaram para a cidade. No entanto, a região foi atingida por duas outras ondas, o que causou o desaparecimento de Severo-Kurilsk e a morte de 6000 pessoas aproximadamente. Outras cidades no arquipélago foram afetadas pelas ondas, assim como o estado do Havaí (Estados Unidos), que teve danos de US$ 1 milhão.
Veja também: Por que furacões e tornados são tão frequentes nos Estados Unidos?
Maiores terremotos do Brasil
A seguir, saiba quais foram os cinco maiores terremotos que aconteceram no território brasileiro de acordo com a sua intensidade.
→ Terremotos no Brasil de maior intensidade
- Tarauacá (Acre), 2024: na tarde do 20 de janeiro de 2024, foi registrado um terremoto de intensidade 6.6 na escala Richter próximo da cidade de Tarauacá, no Acre. Esse é considerado o tremor mais intenso que já aconteceu no país. Entretanto, diferentemente do que se pode imaginar, seus efeitos não foram sentidos pela população local. Isso porque o terremoto se originou a uma profundidade de 615 quilômetros, o suficiente para que as ondas se dissiem antes de atingir a superfície. A cidade fica localizada próximo da fronteira brasileira com o Peru, um país que é atravessado pela Cordilheira dos Andes. Por esse motivo, não é incomum o registro de tremores de terra na região.
- Tarauacá (Acre), 2022: o segundo terremoto mais intenso do Brasil também aconteceu na cidade acriana de Tarauacá. A intensidade foi de 6.5 na escala Richter, e o tremor foi registrado no dia 7 de junho de 2022. Assim como relatado anteriormente, a população não sofreu nenhuma consequência.
- Serra do Tombador (Mato Grosso), 1955: um terremoto de intensidade 6.2 foi registrado no norte mato-grossense no dia 31 de janeiro de 1955, na região da Serra do Tombador. Esse não foi o primeiro tremor de terra registrado na área, principalmente nas proximidades do município de Porto dos Gaúchos, e a razão para a ocorrência de sismos é a presença de uma falha geológica. Na ocorrência de 1955, apesar da intensidade, não houve danos para a população.
- Divisa entre Acre e Amazonas, 2007: o sismo foi registrado na manhã do dia 21 de julho de 2007, e atingiu 6.1 de intensidade na escala Richter. Também foi um terremoto gerado em grande profundidade, a quase 633 quilômetros da superfície, sem grandes consequências para a população local.
- Codajás (Amazonas), 1983, e Tubarão (Santa Catarina), 1939: ambos os tremores de terra tiveram intensidade 5.5 na escala Richter. O terremoto do Amazonas aconteceu no dia 5 de agosto em uma área relativamente próxima da capital, Manaus. Não houve danos à população. O terremoto de Santa Catarina foi registrado em 28 de junho e foi sentido principalmente em municípios como Laguna, Tubarão e Florianópolis, capital do estado.
→ Terremotos no Brasil de maiores consequências
Tratando-se das consequências geradas, no entanto, o maior terremoto do Brasil aconteceu na pequena cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em 30 de novembro de 1986.

Os tremores de terra tiveram início às 3h22 da manhã e, por conta da profundidade do seu hipocentro, que foi de apenas cinco quilômetros da superfície, as consequências foram devastadoras para a população. Na verdade, o que aconteceu foi uma sequência de sismos que seguiu o primeiro abalo intenso de 5.1 na escala Richter. Estima-se que 4350 edificações foram destruídas ou tiveram a sua estrutura danificada, havendo suspensão das atividades no município e em seus arredores.
Por que não há terremotos de grande magnitude no Brasil?
O Brasil está situado em uma área de relativa estabilidade tectônica, o interior da placa Sul-Americana. Isso não significa que não ocorra terremotos no país, apenas que a sua intensidade não é tão grande quanto nas áreas de limite entre placas. A recorrência de terremotos no Brasil também é menor, embora o Censo de Sismologia da USP tenha detectado centenas de tremores em 2024, a maioria deles de baixa intensidade (inferior a 4.0) e originados em grande profundidade. Municípios do Sudeste, principalmente em Minas Gerais, concentraram o maior número de ocorrências.
O que causa o terremoto?
O terremoto é causado por uma liberação repentina de energia gerada no interior do planeta Terra. Essa energia é proveniente de áreas de tensão no limite convergente de placas tectônicas ou áreas de falha geológica em que dois ou mais blocos rochosos estão em contato exercendo pressão um sobre o outro. Quando o ponto de tensão atinge o seu máximo e se rompe, uma enorme quantidade de energia é liberada, ocasionando a propagação de ondas sísmicas. São essas ondas que provocam os tremores de terra ou terremotos.
Saiba mais: Maremoto e tsunami — qual a diferença?
Consequências dos terremotos
As consequências de um terremoto variam de acordo com fatores como a sua intensidade, a profundidade do seu hipocentro e, principalmente, as áreas atingidas: centros urbanos densamente povoados, pequenos vilarejos, áreas desabitadas etc. No geral, e como pudemos analisar com base nos casos expostos acima, os terremotos resultam em:
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formação de tsunamis e de abalos sísmicos secundários;
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movimentos de massa, com deslizamentos de terra e possibilidade de queda de blocos rochosos e pedaços de solo;
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aparecimento de fraturas e de falhas geológicas na superfície ou em subsuperfície;
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rachaduras em estradas e vias pavimentadas, com danos à infraestrutura como pontes, postes e torres de transmissão elétrica;
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rachaduras em residências e edifícios, podendo chegar ao ponto do desabamento;
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queda de árvores e postes de luz, causando prejuízos materiais, como a destruição de carros;
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interrupção no fornecimento de serviços básicos, como o abastecimento de água, de energia elétrica e de comunicação (telefonia e internet);
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ferimentos em pessoas e animais e morte em casos mais severos.
Créditos das imagens
[1] Frans Delian/ Shutterstock
[2] Fly_and_Dive/ Shutterstock
Fontes
AGÊNCIA FOLHA. Terremoto atinge divisa do Acre e Amazonas. Folha de S.Paulo, 22 jul. 2007. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2207200729.htm.
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SILVEIRA, Evanildo. Brasil tem, sim, terremotos - e há registro até de tremor com 'pequenos tsunamis'. BBC, 09 abr. 2018. Disponível em: https://brasilescola-uol-br.atualizarondonia.com/portuguese/geral-43671313.
